*
Ilustração original, 1900.
Imagem: Internet
Depois da Cidade de Porcelana, os
viajantes penetram numa floresta ainda mais sombria, cheia de pântano, tornando
cada vez mais difícil caminhar. Como aparentava uma região mais silvestre do
que nunca, o Leão ficou super contente de estar ali, lançando olhar comprido
para todos os lados por onde passavam.
- Meus amigos, essa selva me encanta.
Ai, como é delicioso o perfume de mata fechada!
- Muito fechada para o meu gosto –
desaprova Dorothy.
- Parece um pouco tétrica – ressalta o
Espantalho.
- Hhhuuuummmmm!... Nada disso, gostaria
de ficar aqui para o resto da vida.
- Também não me agrada – pronuncia o
Homem de Lata.
- Não sei por quê? Vejam como é fofo caminhar sobre as folhas secas! Nenhuma bicho-do-mato poderia desejar um lugar melhor – conclui
o Leão.
Sem mostrar desânimo, o grupo marcha
pelo bosque até anoitecer, quando Dorothy para e observa:
- A escuridão vai nos impedir de
continuar andando. Melhor a gente dormir por aqui.
Todos balançam a cabeça, concordando. O
ar estava fresco, uma leve neblina cobria a paisagem ofuscada na sombra da
noite. Dorothy abraça Totó e se deitam ao lado do Leão, enquanto o Homem de
Lata e o Espantalho montam guarda como de costume.
Na manhã seguinte, eles partiram de novo
pela estrada desconhecida. Antes de terem avançados muito, escutam o ruído de
vozes que vinham do mato, como se fosse o grunhido de muitos animais selvagens
juntos. Totó lança um latido curto e nervoso, mas os outros não se preocupam e
continuam seguindo o caminho até chegar a um clarão, onde estavam reunidos
animais selvagens de várias espécies, como tigres, ursos, lobos e raposas.
Receosa, Dorothy interrompe seus passos
e, por um momento, sente-se dominada pelo temor. Para acalmá-la o Leão explica
que, a julgar pelos rugidos e rosnados, os animais estavam em assembleia e
discutiam um assunto de grande interesse.
Os animais, ao ver o Leão, ficam em absoluto
silêncio, enquanto o maior dos tigres se curva com respeito diante dele.
- Bem-vindo, Rei dos Animais! Vossa
Alteza chega a tempo de combater um inimigo que é uma ameaça à nossa
sobrevivência.
- Que inimigo é esse? – pergunta o Leão
com voz firme.
- A monstruosa Aranha Negra, que há
muito vem devorando animais de nossa comunidade. Ela tem um corpo tão grande
como o de um elefante e oito patas tão largas como o tronco de uma grande árvore.
Estamos reunidos aqui para descobrir uma forma de salvarmos das garras dessa
besta.
O Leão pensa um pouco e pergunta:
- Há outros leões na selva?
- Não. Os que haviam foram devorados
pela Aranha Negra. Mas, posso dizer que nenhum deles era tão grande e valente
como o senhor.
- Muito bem, derrotando esse monstro
serei proclamado o Rei da Selva?
- Sim, claro – comemora o tigre, cheio
de esperança.
Os outros animais rugem, apoiando as
palavras do líder. E o Leão, já fazendo pose de bravo:
- Onde está a fera?
- Vive lá entre os pés de Carvalhos –
aponta o tigre com a pata dianteira.
- Pois bem, cuidem dos meus amigos que
vou lutar e destruir esse monstro.
Sem mais nada a dizer e cheio de
coragem, o Leão logo se embrenha na selva. Não muito longe encontra a temida
arranha dormindo debaixo de duas grandes árvores.
-
Bicho feio mesmo! – fala de si para si o Leão ao ver suas patas enormes e peludas.
De fato, o bicho era mais feio do que se
imaginava. Sua boca enorme tinha dentes afiadíssimos, que davam medo só de ver.
Porém, o seu pescoço era fino como a cintura de uma vespa.
Ao perceber o ponto vulnerável da Aranha
Negra, o Leão salta em cima de suas costas e, com uma tremenda patada,
separa-lhe a cabeça do corpo. Pobre fera, morreu na hora! Mal teve tempo de dar
seu último suspiro.
Decapitado o inimigo, o vencedor retorna
ao grupo cheio de orgulho, rolando a cabeça da aranha temível para junto dos
outros animais.
- Agora, podem ficar sossegados. A
Aranha Negra não ataca mais nada. Está aqui a sua cabeça como prova de seu fim.
Todos os animais se inclinam ante o
Leão, proclamando-o como o mais valente dos animais. Em meio a vivas, tapinhas
no lombo, o felino valente é aclamado Rei dos Animais.
Satisfeito, ele promete aos súditos governar
a floresta para sempre, uma vez que Dorothy conseguisse partir de regresso ao
Kansas.
* FBN© - 2013 – O Leão se torna o Rei dos
Animais – Cap. 21 de O MÁGICO DE OZ – Adaptação livre do
original, editado no ano de 1900, por:
Welington Almeida Pinto - Categoria: Prosa Infanto-Juvenil – Texto original em
português - IIustr.: Imagens da Internet - Link: http://omagicodeoz.blogspot.com.br/2005/03/o-leo-se-torna-o-rei-dos-animais.html
No comments:
Post a Comment