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Monday, March 28, 2005

21/XXI - O LEÃO SE TORNA O REI DOS ANIMAIS

*
Ilustração original, 1900.
 
 
Imagem: Internet

 


 

Depois da Cidade de Porcelana, os viajantes penetram numa floresta ainda mais sombria, cheia de pântano, tornando cada vez mais difícil caminhar. Como aparentava uma região mais silvestre do que nunca, o Leão ficou super contente de estar ali, lançando olhar comprido para todos os lados por onde passavam.

- Meus amigos, essa selva me encanta. Ai, como é delicioso o perfume de mata fechada!

- Muito fechada para o meu gosto – desaprova Dorothy.

- Parece um pouco tétrica – ressalta o Espantalho.

- Hhhuuuummmmm!... Nada disso, gostaria de ficar aqui para o resto da vida.

- Também não me agrada – pronuncia o Homem de Lata.

- Não sei por quê? Vejam como é fofo caminhar sobre as folhas secas! Nenhuma bicho-do-mato poderia desejar um lugar melhor – conclui o Leão.

Sem mostrar desânimo, o grupo marcha pelo bosque até anoitecer, quando Dorothy para e observa:

- A escuridão vai nos impedir de continuar andando. Melhor a gente dormir por aqui.

Todos balançam a cabeça, concordando. O ar estava fresco, uma leve neblina cobria a paisagem ofuscada na sombra da noite. Dorothy abraça Totó e se deitam ao lado do Leão, enquanto o Homem de Lata e o Espantalho montam guarda como de costume.

Na manhã seguinte, eles partiram de novo pela estrada desconhecida. Antes de terem avançados muito, escutam o ruído de vozes que vinham do mato, como se fosse o grunhido de muitos animais selvagens juntos. Totó lança um latido curto e nervoso, mas os outros não se preocupam e continuam seguindo o caminho até chegar a um clarão, onde estavam reunidos animais selvagens de várias espécies, como tigres, ursos, lobos e raposas.

Receosa, Dorothy interrompe seus passos e, por um momento, sente-se dominada pelo temor. Para acalmá-la o Leão explica que, a julgar pelos rugidos e rosnados, os animais estavam em assembleia e discutiam um assunto de grande interesse.

Os animais, ao ver o Leão, ficam em absoluto silêncio, enquanto o maior dos tigres se curva com respeito diante dele.

- Bem-vindo, Rei dos Animais! Vossa Alteza chega a tempo de combater um inimigo que é uma ameaça à nossa sobrevivência.

- Que inimigo é esse? – pergunta o Leão com voz firme.

- A monstruosa Aranha Negra, que há muito vem devorando animais de nossa comunidade. Ela tem um corpo tão grande como o de um elefante e oito patas tão largas como o tronco de uma grande árvore. Estamos reunidos aqui para descobrir uma forma de salvarmos das garras dessa besta.

O Leão pensa um pouco e pergunta:

- Há outros leões na selva?

- Não. Os que haviam foram devorados pela Aranha Negra. Mas, posso dizer que nenhum deles era tão grande e valente como o senhor.

- Muito bem, derrotando esse monstro serei proclamado o Rei da Selva?

- Sim, claro – comemora o tigre, cheio de esperança.

Os outros animais rugem, apoiando as palavras do líder. E o Leão, já fazendo pose de bravo:

- Onde está a fera?

- Vive lá entre os pés de Carvalhos – aponta o tigre com a pata dianteira.

- Pois bem, cuidem dos meus amigos que vou lutar e destruir esse monstro.

Sem mais nada a dizer e cheio de coragem, o Leão logo se embrenha na selva. Não muito longe encontra a temida arranha dormindo debaixo de duas grandes árvores.

 - Bicho feio mesmo! – fala de si para si o Leão ao ver suas patas enormes e peludas.

De fato, o bicho era mais feio do que se imaginava. Sua boca enorme tinha dentes afiadíssimos, que davam medo só de ver. Porém, o seu pescoço era fino como a cintura de uma vespa.

Ao perceber o ponto vulnerável da Aranha Negra, o Leão salta em cima de suas costas e, com uma tremenda patada, separa-lhe a cabeça do corpo. Pobre fera, morreu na hora! Mal teve tempo de dar seu último suspiro.

Decapitado o inimigo, o vencedor retorna ao grupo cheio de orgulho, rolando a cabeça da aranha temível para junto dos outros animais.

- Agora, podem ficar sossegados. A Aranha Negra não ataca mais nada. Está aqui a sua cabeça como prova de seu fim.

Todos os animais se inclinam ante o Leão, proclamando-o como o mais valente dos animais. Em meio a vivas, tapinhas no lombo, o felino valente é aclamado Rei dos Animais.

Satisfeito, ele promete aos súditos governar a floresta para sempre, uma vez que Dorothy conseguisse partir de regresso ao Kansas.
 
 
 
* FBN© - 2013 – O Leão se torna o Rei dos Animais  – Cap.  21 de O MÁGICO DE OZ – Adaptação livre do original, editado no ano de 1900,  por: Welington Almeida Pinto - Categoria: Prosa Infanto-Juvenil – Texto original em português - IIustr.: Imagens da Internet  - Link: http://omagicodeoz.blogspot.com.br/2005/03/o-leo-se-torna-o-rei-dos-animais.html

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