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Ilustração original, 1900
Imagem: Internet
Na manhã seguinte, Dorothy despede-se da
bonita moça verde com um beijo nas faces e saúda os soldados de barba verde que
acompanharam o grupo até a porta. Ao vê-los, o Guardião do Portão, surpreso com
decisão do grupo de fazer nova aventura pela floresta, referenciando o
Espantalho, observa:
- Agora é o nosso líder, portanto deve
voltar o quanto antes.
- Não se preocupe. Primeiro, devo ajudar
minha amiga a retornar ao Kansas. Depois reassumirei o cargo para trabalhar
para o bem estar do povo da Cidade das Esmeraldas.
- Confiamos em Vossa Alteza!
- Pode confiar. Afinal
de contas, não me canso de agradecer Oz pelo meu cérebro.
O Homem de Lata, ao ouvir isso, leva as
mãos ao peito para sentir as pulsações do seu jovem coração. O Leão solta um
urro de satisfação por ter conquistado coragem. Dorothy permanece calada,
imaginando que, para ela, Oz não fora tão hábil assim.
- Boa sorte para todos – despede-se o
Guardião ao abrir o portão exterior, com os olhos úmidos de amargura.
Alegres e sorridentes, os cinco
companheiros partem para o Reino do Sul. Dorothy não escondia que estava carregada
de esperanças de voltar para casa, enquanto o Espantalho e o Lenhador sentiam-se
alegres de poder acompanhar a amiga até o Castelo de Glinda.
Totó, por sua parte, corria ao redor de
todos e divertia-se perseguindo mariposas, sem deixar de latir em nenhum
momento. E, o Leão, ao aspirar o ar livre do campo novamente, não parava de
agitar a juba como agradecimento.
- A vida na cidade não me deixa feliz –
comenta o Leão. – Estou ansioso para demonstrar às outras feras da floresta o
quanto estou valente.
Debaixo de um sol fresco, eles caminham
animados até o anoitecer. À noite, como o céu estava claro e carregado de
estrelas, Dorothy, Totó e o Leão dormem tranquilos sobre a relva macia. De
manhã, acordam descansados e bem-dispostos para continuar a viagem.
Entretanto, mal retomam a jornada, são
obrigados a parar, impedidos por imensas árvores que interrompiam a estrada. Dorothy,
espantada:
- Meu Deus, que floresta mais estranha?
O Espantalho dá uma de valente,
pronunciando:
- Deixa comigo, Dorothy, vou entrar e
abrir caminho.
Coitado! Ao se aproximar das primeiras
árvores, os galhos se enroscam em volta do seu corpo e, sem dó nem piedade, o
arremessaram para a estrada.
- Ah, não, isso não vai ficar assim! –
protesta o boneco, fulo de raiva.
Teimoso como era, tenta embrenhar-se
outra vez na floresta. Novamente, as árvores agarram o Espantalho pela cintura
e o atiram para longe.
- Nunca vi nada mais esquisito –
confessa o homem de palha, atormentado.
- É muito estranho mesmo. O que podemos
fazer? – indaga Dorothy.
- Parece que as árvores querem impedir
nossa entrada na mata – observa o Leão.
- Arre! Em vez de árvores atrevidas, bem
que poderiam ser árvores dos desejos! – desabafa o Espantalho, ainda meio
frustrado.
O Homem de Lata, todo cheio de coragem,
decide enfrentar as árvores lutadoras. Agita seu machado no ar e salta para
dentro da mata. Subitamente uma delas tenta segurá-lo, mas com a agilidade de um
esperto lenhador, desfecha contra seus galhos vários golpes de machado. A
árvore, como se sentisse uma dor insuportável, sacode nervosamente o resto de
folhas que sobrou e abre a passagem aos forasteiros.
- Podem vir, já amansei a fera –
vocifera o Lenhador.
A partir daí, os viajantes atravessaram
o local sem problemas. Somente os cedros-amarelos da primeira fila, podiam
inclinar os galhos para baixo, como se fossem armados para constituir o batalhão
de guarda da mata.
Ao chegarem do outro lado do bosque,
para espanto de todos, eles encontram um muro alto e branco, feito de
porcelana, impedindo o caminho depois do bosque.
- E agora?
- Não se preocupe, garota, isso é mole
para mim! – brinca o Homem de Lata.
- O que pretende fazer?
- Uma escada, claro. Através dela vamos todos passar por cima do muro.
- Legal! – aplaude Dorothy. – É a mais
antiga maneira de ultrapassar uma muralha!
* FBN© - 2013 – O Ataque das Árvores
Lutadoras – Cap. 19 de O MÁGICO DE OZ – Adaptação livre do
original, editado no ano de 1900, por:
Welington Almeida Pinto - Categoria: Prosa Infanto-Juvenil – Texto original em
português - IIustr.: Imagens da Internet - Link: http://omagicodeoz.blogspot.com.br/2005/03/o-ataque-das-rvores-lutadoras.html
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